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domingo, novembro 28, 2010

UM URSO CIVILIZADO..

..a estação dos taxis era próxima da casa de Laura, dois quarteirões a seguir e na mesma rua.Havia um único carro parado na zona própria. Lá dentro ao volante uma mulher gorda cabelos pintados do louro oxigenado e pulsos masculinos.As unhas roídas até ao sabugo, um ligeiro buço escuro dva-lhe um ar espanholado muito em voga naquela épocaDeram-lhe o endereço escrito numa folha de papel riscado e ela depois de explicar que o endereço era longe, tinha uma sobretaxa de cinco francos suiços. Assim foram e passados quinze minutos, chegavam à morada. Pagaram e olharam o prédio muito discreto e situado numa zona calma de Genéve, na entrada um porteiro de estatura fora do vulgar e bastante gordo. O sobretudo da farda quase lhe chegava aos tornozelos e nas mãos uma luvas negras de pele. Na cabeça a cobrir a calva um chapéu de abas larga e enterrado até às orelhas.

Os dois portugueses olharam-no e o mais novo, dirigindo-se ao gigantesco porteiro perguntou pela Comexi, em que piso ficava...a rresposta veio imediata. "premier étage chers messieurs!"

Depois de agradecerem o próprio franqueou-lhes a entrada tendo avisado a recepcionista que dois senhores subiam o lance de escada."...
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A BELA CAMARADA..


..na cozinha, de avental encontra-se a velhota que abrira a porta, provavelmente avó de Laura que a apresentou " a minha tia Camila camaradas, irmã de meu pai".."muito prazer dona Camila " disseram os dois de rajada e em uníssono.

A mesinha a um canto da cozinha estava posta para duas pessoa, que logo se sentaram, não sem pedirem autorização à velha senhora, que teria uns setentas bem puxados.

Fisinomicamente era a sobrinha mas o corpo era mais delgado apesar de ser também ela bem servida..

Agradecidos pelo repasto, o chocolate quente o pãozinho macio com manteiga e uns biscoitos para no fim comerem cada uma maçã vermelha de aspecto sadio e bem cheirosa, logo se levantaram. "Camarada Laura temos de ir tratar do assunto... Que acha deveremos fazer?"

Laura afagou os cabelos e depois de um instante calada, rspondeu-lhes. "Vou telefonar ao nosso Camarada Isaías a dizer que os primos chegaram e gostariam de o visitar.."

" Óptima ideia a sua, penso que não haverá melhor. ."

Dirigiram-se de novo ao toilette e de seguida depois dos dentes lavados, decidiram saír à rua para tomar um transporte.

Antes de isso Laura fora a um cofre de parede disfarçado por detrás de um quadro , de onde lhes trouxe dois envelopes com dinheiro suiço, cerca de dois mil e quinhentos francos para cada.

"Não é nenhuma fortuna , mas acautelem-se com os gastos pois isso vai tudo num ápice.."
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sábado, novembro 27, 2010

A CAMARADA LAURA..


..era uma mulher de idade indefinida, teria trinta ou quarenta anos, olhar inteligente, olhos negros intensos e rosto bem delineado, a pele contrastava com olhar pela brancura saudável, os dentes alvos e certos, os lábios carnudos, o cabelo enrolado e preso era igualmente negro..tinha um corpo bem delineado os seios fartos e a voz apesar da doce e pausada tinha o sotaque nortenho. "então camaradas fizeram boa viagem?" devem estar seguramente cansados, pois uma viagem dessas traz sempre cansaço." O olhar dos dois observava o vaivém da portuguesa Laura.

A um canto várias fotos de familia e uma foto...de Salazar...o espanto dos recém chegados era enorme e a pergunta, "isso aí camarada era escusado!"...ela deu uma gargalhada que mostrou a fieira de dentes certos e saudáveis.."e se vocês fossem bufos?"..."a única safa que tinha era pô-los na rua!..e chamar-lhes andarilhos"..

"Boa! camarada Laura você preveniu-se bem pois nunca se sabe"...até podíamos ser da Gestapo e você estava lixada..

Com tanto argumento de cada lado a fome foi-se apertando e a doce Laura perguntou querem comer alguma coisa?..

Responderam que tinham comido sandes desde que saíram de..Lisboa e de Paris o mais jovem, mas que agradeciam um chocolate suiço, quente..e voltaram a rir...ela respondeu entre dentes.."marotos!"..já tinha saudades destes contos portugueses...oh santa maria dos inválidos!! que saudades!"

..arrumaram as mochilas num quarto do tardoz e foram directos à casa de banho, pois queriam antes de mais tomar um duche. Sentiam-se imundos.

Chegaram à cozinha cheia de luz daquela manhã de sol mas fria e, logo se sentaram numa amena cavaqueira...
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FRANCOS SUIÇOS E CHOCOLATE QUENTE..


..chegados ao pequeno edifício, olharam para os lados, ninguém nas imediações a não ser dois miúdos que jogavam à bola. Traziam ambos um gorro de lã na cabeça e atiravam um ao outro o esférico. Sem quererem a bola foi até junto dos portugueses que os olhavam. Num francês de sotaque helvetico agradeceram a entrega e João o mais à vontade perguntou se moravam ali e se conheciam uns arquitetos. Os miúdos responderam negativamente e João piscou o olho ao português e disse destes já nos safámos..

Tocaram 2 vezes à campaínha e a velhota do primeiro andar logo se assomou à janela. Olhando-os logo disse "esperem que já abro" num português do Norte.

Respirando fundo logo se aligeiraram das mochilas e mal a porta abriu entraram.

A escada limpa e bem cheirosa dava um não sei quê de hospitalidade. Subiram o lance para o andar superior e a porta foi-lhes franqueada de imediato.

O interior não destoava no cheiro hospitaleiro e no asseio. A mobilia era simples e bem arrumada .

A portuguesa apresentou-se " Sou Laura suponho que é o camarada "João!" disse o próprio abrindo o sorriso pela primeira vez....
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sexta-feira, novembro 26, 2010

P'RA FRENTE! E QUE SE FODA CAMARADA..


Não se deram conta que tinham chegado à Gare Central de Genéve, que o tempo passara célere, desde Handaye a Paris e depois à cidade suiça, decorreram vinte e duas horas de serena cavaqueira e algum repouso oscilante, que gastaram a quase totalidade dos escudos trazidos de Lisboa e se falhasse o encontro, à saída da gare, seria um problema acrescido. Ao seu lado estava outro português que entrara em Paris e o acompanhava para proteção e vigilia dobrada, era alto carnes sêcas, musculado mas bastante mais jovem.

Contaram os escudos foram à agência do UBS e trocaram o que restara por francos suiços. Não chegavam a quinhentos, mas eram suficientes para o transporte e para a refeição a dois.


O tempo estava frio e a brisa que chegava do Lac Génève enregelava a cara dos portugueses

Caminhavam em silêncio e o mais jovem, o que entrara em Paris, perguntou a João R.

Com estes poucos francos resta-nos um taxi e, a morada! que achas?

João respondeu-lhe secamente . Vamos camarada não há tempo a perder..!

O taxi parou e o mais velho deu o endereço ao taxista, um turco de nome, que acabava em ..soglou.

Este gajo nao fala senão turco, vê lá estes suiços a autorizarem isto. Se fosse o botas logo diziam que era uma revolução..

Riram os dois, e o tempo da bandeirada foi curto. Chegaram ao destino, um prédio de dois andares de bom aspecto, pagaram a corrida do taxi e saíram não sem levarem as mochilas que traziam a tiracolo e voltadas para a frente...ao turco que nada sabia de português mandaram-no lixar-se!
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quarta-feira, novembro 24, 2010


A fisionomia escondia a idade, uma juventude serôdia onde as cãs começavam a branquear, depois o trejeito muito peculiar de falar com as mãos, num gesto de latinidade precoce, onde se juntavam décadas de desafios e, incertezas.

A eloquência era o silêncio, naqueles tempos de noites escuras, e onde , até em Familia o gesto era um bendição quase divina e, necessária

Não se podia acreditar em todos, por serem diferentes como os dedos da mão..

João R. puxara a si a hercúlea tarefa de transportar as importantes directivas para fora do gulag.

Naqueles anos do quase final da Ditadura, ninguém imaginaria que o alegre e fogoso jovem era uma peça importante dentro Partido, que nunca por nunca a "ele" fora referenciado pela Policia política que tinha "controleiros" até dentro da estrutura celular do Partido, que na clandestinidade se servia de muitos patriotas e exilados políticos para fazer das suas..

Aquele dia amanhecera radioso, o Sud Expresso há muito saíra de Lisboa e a temperatura exterior nada condizia com a época do ano, o final da Primavera chuvosa e incerta. No combóio apinhavam-se forasteiros, poucos, muitos emigrantes e estudantes, um sem número de mulheres de aparência sadia, e a um canto, um jovem de mala estudantil, de feições grossas olhar de uma intensidade fria e uma voz ligeiramente grave. Cantarolava uma canção muito em voga de Charles Asnavour, "que c'est triste Venise" , ao seu lado a rapariga , ela igualmente estudante de Arte na Sorbonne, fechava os olhos a mendigar por um descanso sobressaltado pela voz do colega.

De vez em quando a jovem emendava o francês do ora cantor, e soletrava palavra a palavra. O sorriso advinhava-se por entre os dentes brancos e emoldurados, um sorriso brando e de beleza fenìcia..
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terça-feira, novembro 23, 2010

O RIO DE JANEIRO...É LINDO!


Aqui chegado..relembrei a conversa desta tarde com o João R. e a maravilhosa estória da viagem de Barcelona ao Rio de Janeiro, em meados de sessenta, num paquete da companhia espanhola Cruceros y Navigación

e a aventura a que foi submetido pelas vicissitudes do Regime salazarento. Quem não viveu essa época dirá...manias, estórinhas, medos falsos e conversa de pescador...

eu acredito piamente na estória do João! do modo como foi contada, com gestos pormenores e momentos de suspense.

as aventuras em Genéve, o senhor consul de Portugal, as meninas do combóio, a aventura no volks da polizei suiça, o "médico" de bordo, o oficial de diligências, o pide "defunto" a chegada ao Rio e o senhor Comendador...tudo isso junto, ditou uma estória para recordar e dela fazer um Romance que agora inicio..(com a devida autorização do meu Querido e velho Amigo de canseiras políticas o João R.)..
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segunda-feira, novembro 22, 2010

UM MOMENTO TÃO ANSIADO....


o Amor faz-se de coisinhas pequeninas.

o Amor faz-se de sentidos inesgotáveis.

o Amor faz-se de sonhos e de realidades

o Amor faz-se de humores

o Amor faz-se de cheiros exóticos

o Amor faz-se cada dia de modo diferente

o Amor faz-se num momento crucial, é crucial

o Amor faz-se com espasmos e gritos

o Amor faz-se com palavras sensatas e sem nexo

o Amor faz-se com sexo sem sexo

o Amor faz-se com beijos e segredos

o Amor faz-se de desejos belos

o Amor é só promessas

e no fim acaba ou recomeça!
O Amor...é por vezes caminhar só....na imensidão da estrada!

domingo, novembro 21, 2010

CONDIÇÃO HUMANA!


tal o espanto e a mistura de erotismo inimaginado, tudo nascera num ápice como se fora um cataclismo, um terramoto grau 10 richter

uma alavanca sideral implodira de forma brutal esse acontecimento, dera-se num momento nunca aguardado, fora a explosão de uma galáxia a muitos anos luz de distância..mas brutalmente sentida nos dois lados do Universo num efeito de expansão imediata que levara ao nascimento contínuo do Mundo como o conhecemos...

a colisão desenfreada emitira um trilião de bosões de energia quântica, e os efeitos davam-se num momentum de grande frenesi galáctico

as duas galáxias chocaram por rota de colisão inesperada..e jamais, houvera uma previsão que tal pudesse ocorrer nas últimas décadas.

a explicação ciêntifica dava como a atração dos dois corpos que cada vez se aproximavam mais na sua translação sideral.

na altura da ocorrência espacial como se fosse um beijo entre os dois astros, a força dinâmica que se produzira encaminhou as duas bocas uma de encontro à outra e a força desse beijo espacial voltou a dar-se em réplicas sucessivas..

na noite de átomos e neutrões que se seguiu, as duas galáxias sofreram uma energia tal que rodopiaram e voltaram a entrechocar-se..numa repetição de actos sublimes e voluntários..

tinha nascido uma nova era espacial.

quinta-feira, novembro 18, 2010

A Montanha Suiça...


o encontro nascera de um acaso, de um mero acidente de percurso, jamais imaginara que aquele encontro fortuito, levaria décadas mais tarde a repercursões de carcacter mais intimista e nunca imaginado..

olhara para a ainda jovem com um misto de estima fraternal, com um instinto de proteção. Sabia que a Vida lhe dera uma volta e que actualmente debatia-se com problemas, separações, filhos, e sobrevivência..só assim se explicava o ar triste e enigmático..um olhar quiçá repercutido após anos de tristeza de falta de amor materno, de sublimação da ausência que a morte subitamente lhe levara.

e.. assim se tornara mais dura menos crente mais frontal menos resistente, quiçá armazém de pequenos ódios a todos que pela Vida fora foram sendo diferentes pelo inverso das situações.

mas talvez assim não fosse, talvez os medos resultassem das fraquezas humanas, dos medos da sociedade inculta e trucidante que tantas vezes mata à nascença quimeras há muito imaginadas e desejadas nos dois lados do rio, e pelos atavismos próprios da não vivencia se foram amontoando em medos....a que a influência das doutrinas cristãs não seriam estranhas..

quarta-feira, novembro 17, 2010

Mens Sana in corpore sano


Os tempos e os milénios mudaram muito.

Mudaram evidentemente para melhor, direi eu próprio. Senão veja-se na Arte da escultura nos tempos de antanho há um par de milhar de anos na Antiguidade Clássica a arte de esculpir corpos era feita com o pudor das vestais muito transparentes, transformando as Vénus em mulheres de beleza singular e de pudícia aparente..

Por outro lado aos homens dava-se a liberdade de esculpir os corpos detalhando a totalidade dos contornos físicos, dos seus heróis e deuses.

Porém os tempos passaram. Hoje nestes tempos conturbados os corpos das mulheres (e bem) são mostrados à saciedade, sem quaisquer véus ou artifícios..não é pornografia, sim pornografia se mostrarem um corpo masculino mais ou menos "aviado"..o que reflecte a verdade da fotografia, ou da escultura.

Coisas da mente insana in corpore sanum!

terça-feira, novembro 16, 2010

JANEIROS..





Em Janeiro..as gatas miam com..cieiro, ...em Fevereiro saltam os pardais do ..poleiro, em Março.. correm águas sem parar e os peixes fazem ninho, em Abril ...os ovinhos da Páscoa abrem-se floridos, em Maio chove como o caráças, em Junho há abrunhos nos quintais, em Julho berram aos ais as moçoilas nos canaviais, em Agosto aquece o Sol e as velhas desdentadas bebem mosto, em Setembro as cabras cobrem o rosto, em Outubro nasce um corno ao texugo, em Novembro volta a nevar no convento, em Dezembro acabar.. o Ano a cantar

OS PATETAS...


A BD pois claro!

Andamos aqui por vezes a maltratar uns e outros, eu também..., afinal facilmente passámos da "ofensa" à brincadeira, travestidos de bonecos inofensivos. A ideia partiu de alguém cheio de humor e seguramente irá fazer escol em todo o FB Parabéns!

Depois há aqueles que por "dever cívico" não podem alterar a fisionomia, não são "alegres" não se riem, não brincam em serviço...estão moribundos e acham-se acima dos mortais..e falam NADA!!

Entre eles destaco as figuras do Chefe do Estado, do Primeiro Ministro, dos Leaders dos Partidos, dos Juízes de futebol, dos proprietários das Agências funerárias e talvez dos padeiros de Belém. A todos estes não é permitido travestirem-se de Pateta de Minie de Patinhas de Huguinho de João Bafo de Onça...pois davam azo que, a curto prazo em vez de Sua Excelência o ...passaria a ser Sua Excelência o Pateta..Sua Excelência o Bafo de Onça...etc etc....e depois os sarilhos que isso ocasionaria.
Cá por mim prefiro a figura "patriarcal" do Che...esse guerrilheiro assassinado em Cochabamba
na Bolivia a soldo dos.....mistérios da noite fascista!...
Mas o Mundo continua a girar e por muitos Patetas (verdadeiros) que haja, esses não fazem história pois estão tristemente de passagem...

segunda-feira, novembro 15, 2010

VISÕES DA LOUCURA!


e....fui de encontro às tuas palavras...que rumorejavam como águas frescas a rolar pela escarpa íngreme. Cá em baixo o silêncio era aplacado pela ira que sentia..impossível acreditar naquela sensação de mais uma estória bem contada..mais uma desculpa urdida à moda do "costume"..só não sabia quando? e como!..mas esperava um deslize, mais um talvez isso fosse a denúncia final que faltava..
acordei subitamente e o silêncio era mortal. O sol há muito passara o meridião, aproximava-se das cinco.. a hora do english tea..
a rapariga entrou no escritório, não sem antes bater ao de leve na porta.
disse ..entre pode entrar..
a silhueta recortava-se por entre penumbra e a semi abertura da entrada. olhei e verifiquei no contraluz tudo o que depositara na imaginação..
magra sensual nervosa e com nádegas a condizer com a voz suave e penetrante..
disse-lhe novamente
entre entre e diga o que deseja...
venho da parte de...venho fazer-lhe companhia...até que anoiteça,,,
olhei novamente e então a realidade desceu como pano escuro de tragédia grega..

sexta-feira, novembro 12, 2010

PIPIS, CADELINHAS E OUTROS ACEPIPES..


Nasceu um dia fodélia prima de sua irmã cadélia e quanto mais crescia menos inteligencia guardava. Até parecia um alfaberta desconcertada, se um ignorante passava, logo ali aprendia
que em vez de gramática toda a aventura tem um final e neste caso era burrice astuta! Meio bruta meio esperta comprou um bilhete de ida . Na volta à boleia, contou meia vida e sentiu comixão na colmeia. Os calores subiram dos pés à cara e sem local para se esconder começou a assobiar e olhar para o ar.
De tanto assobio que deu chamou a atenção do pároco Daniel, padre na vila de Chão das pereiras onde cada domingo havia farnel, no meio de palavras brutas e asneiras a pecadora passou. O pe. para o sr Sá cristão se voltou e perguntou
Quem é a aquela ? que berra como uma cadela e tem a colmeia a arder de tanto andar a cantar ?..

terça-feira, novembro 09, 2010

BRANCA CLARA DAS NEVES


A minha meia-irmã branquinha que nasceu em belfast na gandarinha tinha assim um ar arruivado as madeixas caíam-lhe pró lado, as palavras num inglês purificado pelos goles do VAT 69 soavam a noitada jazzistica, tudo nela era europeu até o camafeu do namorado finlandês que fazia anos este mês e de palavras era parco pois nascera em Tempere onde o telélé impera e o kuala-zulo desespera...

o olhito azul-celeste combinava com o bibe aflorado, tinha sardas por todo o lado e nem os caracóis lhe faltavam, o ebúrneo decote titilava frescura toda ela era doçura e a candidinha lá fazia cócegas na passarinha

decidiu um dia viajar tomou o eletrico da mouraria e foi para a praia brincar na trotinette. Aos ais e aos uis foi-se deitar meio consolada debaixo da sombra protectora do solinho da caparica

adormeceu de barriga para baixo e nem sentiu que o sol lhe esquentava o tacho depois ao meio dia virou-se de barriga pró ar e deixou-se esquentar todo o santo dia sem se aperceber que o aluminio fundia..

no fim de semana prolongado tentou-se por um gelado, ice cream finlandês...

o moço era escorreito alto e espadaúdo, tinha um corno pendurado no peito e a musculatura... dava-lhe pela cintura..coisa anormal pois em vez de humano parecia um animal..

a moçoila que gostava imenso de marmelos pensou eram caramelos e desatou a chorar. De tanto chorar e berrar apareceu tal multidão que o melhor foi fugir e chamar o meio-irmão

chegou o meio-mano brigão que cheirava a alho, logo ali arranjou sarilho do escafandro..

apertou o finlandês pelo pescoço cortou-lhe o chouriço com um canivete e espetou o corno no prato

de repente o Sol rebentou a temperatura esquentou e a bela branquinha loira sadia e estreladinha.. virou bosão..o finlandês batata doce o meio-irmão um penico e a praia outrora de água doce parecia uma marmita cheia de feijão onde a branquinha pilava o pirão de manhãzinha quando o sertão alvorecia..e a estória acabava sem o casamento do cavalinho e da filha do jumento a negra
coradinha..

O BOSÃO DE HIGGS


tentámos apanhar um bosão...saído das entranhas do infinito..mas só ouvi um grito e uma chuva de arco-iris manchou os céus!

depois senti iões e rápidas interferências senti protões feito excelências, mas nada de nada apareceu!

o buraco negro o quasar pôs-se a navegar em gigahertz e nem um bocado de cronostop virou o inerte nem o deixou sonhar

cá em baixo na região da toscânia ouvem-se acordes de violoncelo ecoa no céu o sibilar do vento e o caterpilar destroi florênça a martelo

em matéria de temperatura...10 triliões no bigbang o pobre chumbo reciclado elevado a n produziu astros cometas planetas e estrelas cadentes plasma atómico sem energia

as bolinhas e os bolões juntaram-se aos protões e na circular avenida caiu uma estrela centígrada e espuma cor das rosas!
Os homens da Ciência andam atarefados, circunspetos, preocupados..o bosão não se mostrou, tudo à volta

segunda-feira, novembro 08, 2010

É-SE SEMPRE! FEMININA..DESDE QUE ASSIM TE CONSIDERES!


tudo o que imaginei de ti voltou-se 180º que é oposto daquilo com que temperei a mente acerca dos teus passos..

estou numa dead end street e tenho de afugentar os baskerville que correm na direção errada

procuro uma escada um ressalto um pequeno alegrete mas é tudo vago sem imaginação.

gostava de poder mostrar antes de tudo gratidão...coisa vaga nos tempos correntes.

ninguém agradece nem os que a tal são obrigados..porque será?

se calhar sentem-se na expectativa do contrário. hoje já ninguém aceita opiniões. são auto didatas e auto imunes a críticas mesmo que justas...

olhei para as tuas fotografias. achei-as diferentes da tua realidade diária. mais à vontade menos oprimida com um quê de kitsch...de natural e interessante. pareces mais feminina do que na realidade és..mas sobejam atributos e mistérios para lá de pequeninos acontecimentos passados e que em nada destroem a tua imagem.

domingo, novembro 07, 2010

AFRICANIDADES


..como a procurei incessantemente e, em vão..em vão de abóbada..onde passam arcos ogivais perfeitos, sem defeitos..e que no topo olham, quem observa a beleza icónica do padrão..da descoberta...
É a arte africana, ela própria um pouco de tudo, do princípio dos princípios do nascimento do Sapiens Sapiens, esse Homo de quem descende a Humanidade os hominídeos o próprio arco da abóbada..
A arte é tudo o que nos circunda. Picasso ou Matisse, Degas ou Modiglani ou um Quioco qualquer..todos eles primus interpares...iguais e com valores equiparados.
muita africanidade passa pela interpretação da Arte. mesmo que seja um Malangatana, ou a sabedoria de Luandino na verve mais lusa de africanidade perene ou de Mia no pluralismo índico
Ai Africa meu endeusado Amor que Sodade! que Sodade dos cheiros das serras das acácias floridas das chipipas que bordejam a estrada e alcançam os meus olhares tangendo a saudade de anônas e mangueiras distantes da memória púbere.

sábado, novembro 06, 2010

O METEÓRITO!


Subitamente um acontecimento de tal importância, talqual um impacto de meteórito, de força suprema se agigantou e de nada serviram as defesas cósmicas. Tal evento forçou a repensar estratégias de autodefesa.

O meteórito de impacto brilhante, era de uma tonalidade rósea, e dourada. Ouro puro, saído das profundezas do Universo. Lapidado ao longo de biliões de anos, atravessou o Cosmos e acabou por suavizar a queda, quando entrou na atmosfera terrestre. Jamais houvera registo de tal impacto! 40 escala de Richter modificada..

Atravessou a galeria olhos a pestanejar..a sensualidade descobria-se em cada movimento, os olhos grandes risonhos tinham a intensidade do azul. Os cabelos aloirados davam-lhe o matizado daquela tarde. O andar nervoso sobrepunha-se à tentadora vontade de me seguir...

Meio atordoado, com a atitude inesperada abracei-a como sempre. Dei-lhe um beijo na face ora ruborizada..e segurei as mãos oferecidas..

Depois reparei no ar irrequieto e a constante procura da troca de olhares...mesmo se a distancia fosse gradualmente aumentando.

Reparei, que tinha uns braços finos mas muito sensuais, onde se misturavam penugem e pelos levemente masculinos. Toda ela era um mistério...e assim entrei no carro dirigindo-me ao meu destino, sem que conseguisse deixar de pensar..

sexta-feira, novembro 05, 2010

ESTÁ NA HORA...




O sem número de portugueses, que critica Cavaco, é cada vez maior..mas..



Par contre...há muito boa gente que vê em Anibal Cavaco Silva, o "salvadeiro" da Pátria lusa.



Nunca vi Cavaco, nunca me abeirei dele houvesse ou não oportunidade. Julgo que Cavaco, é um homem simplório, enganado com o fausto da cousa pública, com a féerie das parangonas, dos telejornais, de tudo o que insensa o ser humano. Cavaco é um mortal e, como tal tem esse "predicado" ataché à sua figura esguia e pseudo-controlado..Não é!.. pelo contrário..é demasiadamente afectado por tudo o que o rodeia, daí os seus silêncios e, mistérios. Por detrás de tudo isto, desta falsa humildade tem a força "imperial" de Maria. A senhora toda poderosa que controla ela sim!...a parte mais frágil do actual Presidente. Cavaco é um homem com alguns problemas de saúde, aliás por diversas vezas a saúde do ora, Presidente, tem sido um rigoroso "assunto de Estado".



Ao contrário de Soares, esse pelas razões inversas nunca, se mostrou cansado no lugar que ambicionou desde que tomou consciência política. Nem com o Presidente Jorge Sampaio esse, sim igualmente, sujeito a intervenções jamais escondidas ou negligenciadas. Cavaco guarda esse tabu com crescente mistério e, o ar cansado com que aparece aos portugueses indicia que a saúde presidencial..já teve melhores dias...Esperemos não haja nenhuma surpresa..!

quinta-feira, novembro 04, 2010

HOJE NÃO!


Hoje não
Escrevo..reescrevo e pergunto onde paira o mistério..maior que que o cofre do Vaticano!?


Será que é moda andar soturno..andar de ar pesado? mais pesado que o Mundo!


Perguntas serenas, como se rezasse novenas, como se de nove em nove os dias fossem quarentenas..


Já não há tempo para demoras, enquanto um ri..outro chora..


Quero um encontro devagar..quero com muita vontade entrar..


Entrar e retornar a entrar e de lá só saír quando um de dois gritar..


E o tempo passa..de tanta ideia construír quero-te abraçar..vejo-te ao longe a fugir!


Foges da tua sombra, do medo que te atormenta, vejo-te sorrir..no meio da tormenta..


E se descobrires porque te escrevo, aceita o que te peço, não te canses em excesso...e beija-me com paixão..


Um beijo não significa Amor um beijo pode significar Amor um beijo significa no meu querer..Paixão.

quarta-feira, novembro 03, 2010

O COMPRIMIDO AZUL...


Esta noite como diria Villaret choveu prata...e, porquê?

Aguardei que de um lado ou de outro...viessem sinais anunciadores de bom tempo, de novas..daquilo que gostamos de sentir, mesmo que seja etéreo..


Pensei acompanhar a mostra..mas afinal presente de última hora..não vás!

Não vás pois, prestas-te ao ridículo e à maldicência..

E, não fui!..arranjei desculpa piedosa, daquelas que dão direito a retelefonemas de pesar..

Uma espécie de lutuosa da alma, quando tudo o que te rodeia é uma-quase-hipocrisia-de-circunstância..


O dia continuou noite dentro e não esperava comentários..só alicerces para construír tudo o que nos rodeia..falo de A de B de uma possível C...sem indicar proveniências..

Às vezes os medos tornam pessoas inseguras...e consequência..Matam todas as possibilidades de restaurar confiança...


Quando um produto mesmo que não material, é muito falado e exorcizado....NUNCA se levanta...

Nem com ajuda do comprimido azul!


terça-feira, novembro 02, 2010

A NORTE de WELWITCHIA HÁ AMOR


Afinal quem és tu!?...quem és tu que ousas duvidar?..

Conheces uma parte do hemisfério...que conheço eu?..a outra parte?! Não não não conheço.!..

Desconheço passos e mais passos, desconheço contornos, uns ousados outros meras circunstâncias mas sempre mistérios...diria ...como mistério é Dolce numa cabana, como mistério é El couplet em sevilhanas, como mistério é Indiana jones, como mistério é Roma e a tríade, como mistério é a Mina de atacama..tudo mistérios, tudo esperas e inventivas invenções..mas o teu hemisfério gosta..

Depois há surtidas fora do asfalto, no todo-o-terreno no vale tudo! ou nada...há janeiras há canteiros há serras e vales há cumeadas e vulcões há quem julgue os corações...e de lá resta seguramente nada..

Envias-me um doce se descobrires onde fica o segredo! ..

Eu continuo a enviar ideias..

segunda-feira, novembro 01, 2010

NASCIDA DAS ÁGUAS..


Beleza de sirene saí das águas amansadas...onde cintila a silhueta curvilínia...
Caem em cascata, os cabelos feitos de novelos e, dos olhares da desconhecida...se mostra o espanto!
Aguarda o silêncio da beleza um novo ai!...
Provocação e desejos incontidos..
Cantam querubins e botos ..papagaios do mar ora aparecidos..
Desaparece a beleza num instante!
Esvai-se aquela tarde de emoções..
Cai a noite no hemisfério e dela se faz mistério..
..e dia..antes o frio desaparece..
E a deusa da tarde reaparece
Para num último olhar...sentir mil calorentas emoções
Nos ultimúnicos esgares daquele sol equinocial..