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sexta-feira, dezembro 24, 2010


..O indivíduo que se lhe dirigira cumprimentou João R. num espanhol arrevezado, da zona Sul da Andaluzia. Tinha um porte atlético, a cara magra e olheirenta, as mãos secas descarnadas quase e, as unhas mal limpas. A voz parecia saída das profundezas do estínfalo. Olá como estais...há muito que os observava..disse saíndo-lhe a voz cavernosa com um concomitante brilho do olhar indicifrável..temos a mercadoria na furgoneta e temos de ir embora de imediato. Os portugueses olharam uns para os outros e João foi o primeiro a quebrar a incomodidade do prolongado silêncio..Pela mente de todos terá passado um sem número de questões e o porquê da afirmação do espanhol...Ninguém tinha falado antes acerca deste assunto e, logo o espanhol viera falar de assuntas de que nada sabiam..

quinta-feira, dezembro 16, 2010


..saíram à pressa do apartamento, tal era a fome que os tomava. Dirigiram-se a pé em três grupos . à frente ia João R. e a jovem bonitaça. logo a seguir, o português e os dois camaradas que estavam à janela, mais atrás os outros dois, que fechavam o grupo. o passo apressado, razão da fome ou do esfriar rápido da tarde fazia razia nas ruas quase desertas. no entanto ao longe a cerca de cinquenta metros um carro escuro com matrícula portuguesa seguia-os.


Já se encontravam às mesas do pequeno bistro quando entraram dois grupos de dois indivíduos separados e que se postaram nas mesas do fundo da única sala..




A fome obrigou a que pedissem uma sopa quente de legumes, e feijão branco. O empregado espanhol de barba mal feita, deixou na mesa uns queijinhos frescos e pão de centeio, macio e ainda quente. ..o resto do repasto passou-se entre conversa informal. Os do grupo que entrara na sala posteriormente, continuavam silenciosos mas um deles o mais moreno e magro levantou-se e dirigiu-se à mesa de João R...

segunda-feira, dezembro 13, 2010


...os policiais suiços sempre bem dispostos e humorados, ajudaram os três viajantes a descarregar as mochilas pesadas...não imaginando sequer que continham mais de sessenta pistolas Savage calibre 9mm. Feitas aas despedidas, logo se puseram a desandar e a respiração ofegante dos jovens, era um facto. João R. desatou às gargalhadas quando viu os gendarmes afastarem-se e disseram adeus e um obrigado cheio de vénias...quando subiram os degraus que franqueavam a habitação, estava todo os restantes amigos pasmados à sua espera..."não fiquem aí feitos estátuas..toca a levar este material bélico para dentro!...chiuuuu disse Silvia que se abeirara de João R. toma cuidado pois há mais gente em casa....gritou-lhe e abraçando com veemencia beijou-lhe a face de modo efusivo...



Contada a estória desde a saída da casa de Isaías, logo decidiram ir comer qualquer coisa pois a sortida ao exterior e tão animada que foi, caíra em fraqueza e estavam com uma fome devoradora..

domingo, dezembro 12, 2010


..João R. olhou para o outro português, e para o terceiro acompanhante, ficaram lívidos. João tinha os pés a tremer, o frio descera subitamente tal a adrenalina que motivava a reação...subitamente o português dirigiu-se num francês impecável, ao agente da gendarmerie e disse-lhe estamos transidos de frio, aguardamos um taxi e, nem um,.." estejam à vontade para onde vão perguntou o suiço segurando a pistola metralhadora..e voltando o cano para o solo, saiu devagar da viatura uma station volkswagen, luzente e abrindo o porta bagagem chamou os três "hipies" e dando uma ajuda disse vá coloquem tudo aí dentro nós damos uma ajuda"..olharam uns para os outros...e continuavam a tremer...



Se os suiços descobrissem era o caos..lá se ia a viagem...e todo o segredo que rodeava tal situação..



O português mais afoito e sorridente disse alto para os suiços e para relaxar a situação..Este ano parece que está mais frio..há três anos atrás também arrefeceu cedo, e as primeiras neves caíram no final do Verão...é verdade disse o gendarme mais gordo..têm boa memória..de facto nesse ano houve bastantes acidentes no final do Verão na montanha....Mal chegados às imediações da casa disseram aos polícias para não se incomodarem pois a casa era próxima...



Os guardas disseram...Nunca ficamos a meio da missão....e os três entre sorrisos amarelos e gargalhadas dos chuis la foram transportados até à porta de casa onde à janela..aguardavam ora os apavorados portugueses que ao verem os amigos chegar no carro da polícia..esconderam-se como se tivessem visto o belzebu...







domingo, dezembro 05, 2010

OS MENINOS HIPIES..


..João R. pediu a Isaías para lhe arranjar um transporte, pois aquela mercadoria só podia saír com a garantia de que ninguém poderia suspeitar. Isaís disse para tomarem um taxi, pois passavam bastantes, e assim tornava-se menos explícito mas, também o ar deles e a barba por fazer ainda que rala dava-lhes um ar hipie que conjugava com as botas de pele fina e com a agua de colónia inglesa que usava o Tabac caracteristico, dos filhos familia dessa época, bem comportados e endinheirados. Um menino!



Isaís teve o cuidado de ligar para casa onde se hospedavam a dizer que iam saír naquele instante e que nos próxinos quinze a vinte minutos estariam a chegar com a mercadoria.



Saudaram Isaías, despediram-se efusivamente da secretária "fenícia" e desceram à rua. O porteiro há muito tinha recolhido e estaria agora a jantar. Não tinha decorrido uns escassos minutos qaundo se aproximou um carro da Policia que vendo os três mochileiros na porta do edifício..parou e um dos guardas perguntou "para onde vão?"..
SEGUE::

sexta-feira, dezembro 03, 2010

MOCHILAS ESVERDEADAS...


..João R. olhou o ex-gigante e saudou-o com um "que é feito de si Isaías..! por onde tem andado, que tem feito? a sua saúde?apesar de muito muitissimo mais magro está com ar de boa saúde .."..Isaías sorriu e com a sua inconfundível voz, disse Você é que cresceu bastante...disse olhando para João com um sorriso enigmático. Depois levantando-se e deixando ver os quase dois metros de altura pediu para se sentarem à volta da secretária alongada. A reunião durou cerca de duas horas acertaram quando era trazida a mercadoria, e o como seria entregue para que não levantasse suspeitas. Nessa tarde voltaram ao escritório de Isaías e traziam umas grandes mochilas de andarilhos hipies em tecido esverdeado escuro. Desceram à cave do edifício e uma porta monobloco, foi-lhes franqueada por um gorila barbudo, que num francês impecável se dirigia a dois mainates indianos que enchiam uns carrinhos metálicos com pistolas "Savage" e munições tracejantes 7.65 foram despejadas cuidadosamente nos sacos dos dois portugueses e em outros dois sacos trazidos pelos "mainates".



Isaías apareceu quando já se encontravam com a mercadoria pronta para saír. Chamou o João R. e disse-lhe " as pedras confirmaram a alta qualidade..o costume..disse sorrindo" estas minas do Katanga estão quase no topo do Mundo, pena os preços serem tão elevados..nos tempos do Tschombé eram mais sujas e menor qualidade, mas muitíssimo mais baratas. E só passaram cinco anos.



Isaís tinha muito de boss da Máfia..mas era acima de tudo um homem de uma honestidade celestial. Dava-se bem com todos, com os portugueses que lutavam em Africa , com os rebeldes do MPLA e da Unita com as tropas americanizadas da FNLA com os Serviços Secretos Israelitas da Mossad, com os Serviços Secretos Sul Africanos a BOSS, com os resistentes da Swapo na Namíbia e com os diversos Movimentos armados que do Congo Belga ao Katanga à Região dos Grandes Lagos traficavam armas.
SEGUE::

quinta-feira, dezembro 02, 2010

A ORQUÍDEA AZUL..


..Subido o último lance da escada, assomou-se à porta do patamar um jovem morena de estatura mediana e com um nariz adunco, tinha um arárabe e o cabelo caía em cascata pelos ombros.

Estava à vossa espera disse com um sorriso muito agradável, podemos tomar um café enquanto o senhor Isaías não chega.

Isaías era um homem corpulento, um daqueles homens que só encontramos em filmes de gangsteres..e que tinha tanto de figura corpulenta como uma voz quase feminina. Era grande em tudo na aparência menos aquela voz de cana rachada que fazia comichões nos ouvidos.. Assim aquele ar bruto era um disfarce, um disfarce que o ajudava nos negócios do ilícito , por entre negócios de exportação de flores e sementes.

Enquanto relembrava o encontro de 10 anos antes em Amsterdão com o nosso Isaías, João R. ia esfregando as mãos avermelhadas pelo frio, tentando aquecê-las.

A voz da morena tipo árabe, fê-los voltar à realidade.."Já chegou, é só um momento e já os recebe.

Quando entraram no gabinete do mastodontico Isaías, uma grande surpresa os aguardava.

Sentado numa cadeira de espaldar alto, um homem de cabelos ralos e todos brancos e bastante alto e muito magro esperava-os.."entrem entrem, d8isse naquela voz inconfundível.."..João arregalou os olhos..pois não imaginara a transformação do negociante de flores...
SEGUE::